sábado, 18 de fevereiro de 2012

A Ciência da Tortura

         A CIÊNCIA NAZISTA



"Eles utilizaram humanos como cobaias de pesquisas macabras. Agora estudos dizem que essas experiências guardam informações valiosas para a humanidade".




 A MENTE DOENTIA DE HITLER
Adolf Hitler tentou seduzir os melhores cérebros alemães para levar a diante seu plano de criar pessoas perfeitas, ou seja, a raça ariana. A inspiração veio da eugenia, teoria que ganhou força dos EUA no século XIX. Em seu testamento político temporão, “Mein Kampf” (minha luta), escrita em 1925, Hitler convidava cientistas à sua definição de geopolítica, que ele chamava de Lebensraum, ou simplesmente “espaço vital”. A ciência nazista defendia a preservação da beleza saudável do corpo nórdico, ao combater os “invasores” do “corpo alemão” – cânceres, gangrenas, tumores, abscessos. Assim criou-se a aberração comportamental que levou à morte 6 milhões de judeus, ciganos e testemunhas de Jeová, que nos campos de concentração eram chamados de “Triângulos Roxos”.
Hitler sabia que a Alemanha tinha um pontencial  em pesquisas científicas (mesmo que precárias para a época). Em 1921, 20 anos após a instituição dos prêmios Nobel (principalmente de Química, Física, Matemática e Biologia), muitos cientistas e pesquisadores alemães haviam ganhado metade de todos eles realizando testes inicialmente na produção de armas químicas para derrotar tropas inimigas no final da Primeira Guerra Mundial e que foram se extendendo nos campos de concentração e de exterminio de muitos judeus, ciganos, anões e outros, durante a Segunda Guerra Mundial. Alguns desses prêmios foram para: Wilhelm Roentgen que descobriu os raios-x; Adolf Von Bayer  que  trabalhou com corantes orgânicos; Philipp Lenard que descobriu os raios catódicos; Max Planck pela teoria difração da energia dos quanta e Albert Einsten pela teoria da relatividade.

 A EUGENIA





A marca da ciência nazista era a eugenia. O termo surgiu do radical grego “eu”, que significa “bom”. Essa teoria dos “belos genes” apareceu no século XIX, quando o inglês Sr. Francis Galton (primo de Charles Darwin), cunhou o termo. A teoria apresenta duas feições. A eugenia negativa envolve a eliminação sistemática dos assim chamados “traços biológicos indesejáveis”. Já a eugenia dita positiva preocupa-se com uma reprodução seletiva, de modo a “aprimorar” as características de um organismo ou espécie.
Quando o Terceiro Reich chegou ao poder na Alemanha, em 1933, o ministro do Interior, Wilhelm Frick, anunciou ao mundo que “O destino da higiene racial do Terceiro Reich e do povo alemão estará unido, de uma forma indissociável”. Em 14 de julho de 1933, Hitler declarou a Lei de Saúde Hereditária, usada com primeiro passo de um programa eugênico para exterminar as “raças inferiores”. O chefe do programa eugênico do Terceiro Reich era o medico Josef Mengele, também conhecido como o "anjo da morte".
A condenação formal à eugenia começou apenas em 1977, durante o Fórum da Academia nacional de Ciências sobre o DNA. Em seu discurso, o biólogo Ethan Signer, do Instituto Tecnológico de Massachusetts, alertou que “Na ultima vez que se pensou numa criança ideal, ela era loira, com olhos azuis, e genes arianos”.
O uso da manipulação dos genes, mesmo para evitar doenças congênitas, é ainda duvidoso. O parecer emitido pelo Instituto Nacional da Saúde dos EUA (NIH), na metade dos anos 1990, alertou que 106 pesquisas clinicas realizadas em 597 pacientes revelaram que “A eficácia de qualquer protocolo de terapia genética não pode ser ainda definitivamente demonstrada, apesar dos relatos casuais de sucesso”.

DOUTORES DA AGONIA
(Trecho da reportagem da revista SUPER INTERESSANTE, Edição 225- Abril de 2006)

"Escutem, colegas, já que vocês vão matar toda essa gente, pelo menos arranquem os cérebros deles", disse, em 1939, o professor nazista de medicina Julius Hallervorden aos encarregados da eutanásia de doentes mentais, um programa que exterminava quem recebesse dos médicos o diagnóstico de lebensunwertes leben, ou "vida indigna de viver". Foi assim que Hallervorden formou uma coleção que, em 1944, contava com 697 cérebros. Entre seus favoritos, estava o de uma menina cuja mãe fora envenenada acidentalmente por gás enquanto estava grávida.
O médico nazista da Universidade de Estrasburgo, August Hirt (então na Alemanha, hoje na França), não queria só cérebros, mas cabeças inteiras. E não poderiam ser entregues quaisquer cabeças, tinham de ser de judeus. Logo ele percebeu que, se conseguia cabeças sem problemas, por que não pedir corpos inteiros? Encomendou 115 prisioneiros a Auschwitz, que foram prontamente executados em junho de 1943 e enviados para Estrasburgo. Em agosto, chegou outro carregamento com cerca de 80 cadáveres, todos usados para estudos sobre a superioridade anatômica do povo ariano.




Médicos como Hirt e Hallevorden ainda não tinham as mesmas possibilidades que Sigmund Rascher, responsável pelo campo de concentração de Dachau: usar cobaias humanas vivas. "Sou, sem dúvida, o único que conhece por completo a fisiologia humana, porque faço experiências em homens e não em ratos", costumava dizer com orgulho aos colegas. Rascher era admirado e protegido por Himmler (que era o braço direto e o esquerdo também de Adolf Hitler), entusiasta das pesquisas "científicas" a ponto de assistir aos terríveis experimentos em câmaras de baixa pressão, para os quais forneceu prisioneiros em maio de 1941. Das cerca de 200 cobaias que passaram pelas câmaras de pressão até maio de 1942, 80 morreram durante os testes. Algumas tiveram o cérebro dissecado enquanto ainda estavam vivas para que o médico pudesse observar as bolhas de ar que se formavam nos vasos sanguíneos. Em seguida, Rascher começou as experiências sobre hipotermia.

Rascher foi um dos pioneiros entre os 350 médicos que oficialmente se envolveram em experiências nos campos de concentração. Se considerarmos o número de pacientes assassinados, Rascher não foi páreo para o mais sanguinário dos doutores de Hitler: Joseph Mengele (O Anjo da Morte), cujas experiências foram responsáveis pelo extermínio de 400 mil pessoas em Auschwitz. Mengele injetou tinta azul em olhos de crianças, uniu as veias de gêmeos, jogou pessoas em caldeirões de água fervente, amputou membros de prisioneiros, dissecou anões vivos e coletou milhares de órgãos em seu laboratório. Depois da guerra, conseguiu escapar e viveu escondido no Brasil até sua morte, em 1979.


 Se você chegou até aqui, deve estar há algum tempo com uma questão incômoda: "O que se passava na cabeça desses médicos?" Esse video deve responder a essa pergunta.



DADOS DA DISCÓRDIA
Saibam amigos, que apesar de muitas instituições sérias de pesquisas cientificas do mundo afora condenarem e questionarem a parte ética de se usar ou não os dados de tortura ou terrorismo nazista, alguns pesquisadores da atualidade utilizam esses dados (mesmo que precários e sem repetições que comprovem ou não sua eficácia),  evitando assim, que muitas pessoas sofram ou morram em nome da ciência. Alguns desses dados foram utilizados para o avanço dos estudos como por exemplo, de alguns tipo de cânceres (principalmente os provocados pelo tabagismo  - Hitler tinha pavor de cigarro); pesquisas sobre a resistência do corpo humano em temperaturas extremas e o desenvolvimento de novos fármacos para o tratamento e talvez a cura de muitas doenças.
"Eu não queria ter de usar os dados nazistas. Mas não existem outras opções para a minha pesquisa. Nem nunca existirão num mundo ético", diz o médico John Hayward, da Universidade de Victoria, no Canadá, que estuda os efeitos do frio no corpo humano. Apesar da defesa contundente de Hayward, a validade científica dos experimentos que ele usou é criticada por alguns pesquisadores. "Os dados são péssimos. Não havia livros de controle, métodos estatísticos nem repetição de experimentos em condições similares. Eles não têm uso nenhum para a ciência", afirma Michael Kater, reconhecidamente uma das maiores autoridades mundiais no assunto. Robert Lifton, que entrevistou os doutores nazistas, também diz ter razões para duvidar da validade das experiências. Mesmo assim, defende sua utilização pela ciência. "Os médicos nazistas usavam como assistentes prisioneiros do campo, gente muito mais preocupada com a própria sobrevivência do que com a acuidade das pesquisas", diz. "Mas qualquer dado que sirva para poupar sofrimento humano deve ser usado."


Você concorda com esse ponto de vista ético? Até onde a ciência deve explorar o uso de cobaias para a cura de novas doenças, produção de novas drogas e tecnologias em prol do bem estar da humanidade? Você acha certo usar os dados Nazistas para complementar as pesquisas ciêntificas atuais?

Responda a nossa enquete da semana sobre o uso de cobaias.

Bjos da Mi

Nenhum comentário: